15 de jun. de 2025

Os Tolos que Sonham

Postado por Fernando Assis às 16:31

 


Minha tia costumava morar em Paris.

Eu me lembro, ela costumava voltar para casa e nos contar histórias sobre estar no exterior.

E eu me lembro que ela nos contou que uma vez pulou no rio, descalça.

Ela sorriu… pulou, sem olhar,

e caiu no Sena.


A água estava congelante.

Ela passou um mês espirrando,

mas disse que faria tudo de novo.


Um brinde aos que sonham,

por mais tolos que possam parecer.

Um brinde aos corações que sofrem.

Um brinde à bagunça que fazemos.


Ela capturou um sentimento —

um céu sem teto,

um pôr do sol dentro de uma moldura.


Ela vivia na bebida,

e morreu com uma centelha.

Sempre vou lembrar da chama.


Um brinde aos que sonham,

por mais tolos que possam parecer.

Um brinde aos corações que sofrem.

Um brinde à bagunça que fazemos.


Ela me disse:

“Um pouco de loucura é essencial

para nos dar novas cores para enxergar.

Quem sabe aonde isso vai nos levar?

E é por isso que eles precisam de nós.”


Então tragam os rebeldes,

as ondas causadas pelas pedrinhas,

os pintores, e poetas, e peças de teatro.


E um brinde aos tolos que sonham,

por mais loucos que possam parecer.

Um brinde aos corações que se partem.

Um brinde à bagunça que fazemos.


Eu traço tudo de volta àquele momento —

Ela, a neve e o Sena,

sorrindo através de tudo.

Ela disse que faria tudo de novo.

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