18 de jul. de 2011

Quando pousa a borboleta

Postado por Fernando Assis às 19:58 6 comentários
Nós nos relacionamos com diversas pessoas em nossa vida...com besouros, joaninhas, vespas e aí vem a esperada borboleta, ou ''príncipe(princesa)encantado'' para muitos.
Quando chega a borboleta certa, dá um certo medo...medo do quê?Afinal chegou a borboleta!...ué, mas ela pode ir embora, não pode?Hmmm...esse medo muita gente tem, e gostaria de poder controlar a borboleta(muitos fazem isso), mas o segredo é cuidar do jardim, para que a borboleta se sinta bem e que os dois sintam felizes com o contato, com o conJUNTO...
A borboleta também deve colaborar com o jardim, assim como o jardim deve colaborar com a borboleta, de uma forma natural e sem prisões e imposições, deve ser uma troca interessante e natural que pode ser chamada de amor.
Não se deveria pensar se a borboleta está em outros jardins além do seu, você deve aprender a desenvolver a confiança no ser que você ama.
Afinal, ela não pousou por acaso...certo?:)

15 de jul. de 2011

Adoção: Quem está apto?

Postado por Fernando Assis às 19:27 4 comentários
Como sempre, passo a escrever – de um ponto de vista que não é isento, e nem poderia, pois não existe imparcialidade – a respeito da discrepância entre os discursos homofóbicos e a realidade que tentam alcançar. O tema eleito para este texto é sobre adoção de crianças e/ou adolescentes, considerando o que realmente significa estar apto não apenas para adotar, mas também para criar uma criança.



Comecemos por um elemento que acredito unanime entre os diversos setores da sociedade: A mera capacidade de um casal de gerar filhos não os faz, de modo algum, necessariamente aptos a criá-los. Enquanto geração da prole é algo mecânico e simples: qualquer par de adolescentes já está apto a fazê-lo, criar e educar uma criança depende de uma série de fatores sociais, econômicos e sentimentais que, talvez infelizmente, não nascem nos pais junto com a criança. Os filhos, dizem alguns mais atentos a realidade, não vem com manual.



Esse tipo de coisa nós percebemos todos os dias abrindo os jornais, vendo televisão, indo comprar um pão na padaria: O abuso e as variadas formas de abandono (material, intelectual, afetivo etc.) são extremamente comuns. Esse fato, entretanto, é comumente esquecido ou ignorado nos discursos dos setores conservadores e retrógrados contrários à adoção de crianças por homossexuais.



Esquece-se ou Ignora-se que a qualidade “ser heterossexual” não dá ao indivíduo nenhum conhecimento ou propriedade especial, inalcançável para os mortais homossexuais, que os façam naturalmente melhores pais ou educadores e, por conseqüência, esta mesma qualidade por si mesma não fará daqueles que se interessem em adotar uma criança a melhor escolha para isso.



Acredito, entretanto, que os casais – independente se homossexuais ou heterossexuais – que se propõe a adotar uma criança, ou ainda planejam com antecedência criar uma criança, possuem, em geral, melhores condições de fazê-lo do que aqueles que “sofreram” acidentes, ou nunca se preocuparam em usar contraceptivos.



Quais são, perguntamos então, os elementos que fundamentam o discurso que os homossexuais não devem ter direito a adoção/criação de crianças e adolescentes se não há conexão causal entre heterossexualidade e criação satisfatória dos filhos? A resposta, como sempre, encontra-se em mitos e fantasias – wishful thinking – vazias de dados empíricos ou racionalidade, vejamos.



Mito 1: Se naturalmente não podem ter filhos, Não devem ter filhos.

Opcional: [Insira Entidade Mística] não quer que eles tenham filhos



Este mito já desconstruímos no começo do texto: a capacidade de gerar filhos não qualifica ninguém para ter e criar filhos, ademais poderíamos considerar os diversos casais naturalmente estéreis se estão de acordo que se trata de algum tipo de punição bio-determinista, do destino ou de alguma figura divino-cósmica. Ademais esse tipo de argumento acaba completamente com o sentido de Adoção: criar crianças que não foram geradas pelo casal.



Mito 2: Pais homossexuais influenciariam a criança a torna-se homossexual

Subentendido: Homossexualidade é errada e não queremos mais deles na sociedade.



A 15 de julho de 2011, não existe, em qualquer parte do mundo, qualquer estudo científico que aponte para esse fato. Na verdade o contrário é verdadeiro: todos os estudos científicos realizados com casais gays ao redor do mundo mostram que as crianças criadas por pais do mesmo sexo não apresentam nenhuma diferença em problemas emocionais, de identidade de gênero, orientação sexual ou auto-estima se comparadas à crianças criadas por casais heterossexuais.



De fato, penso eu, por essa lógica, se a orientação sexual dos pais fosse determinante na constituição da orientação sexual do filho, não haveria homossexuais.



Fontes:



Notícias:

http://www.webmd.com/mental-health/news/20051012/study-same-sex-parents-raise-well-adjusted-kids



http://moms.today.com/_news/2010/10/04/5228129-the-kids-are-all-right-largest-study-of-gay-parents-shows-their-children-to-be-well-adjusted



http://childrenofgayparents.com/news.php?id=4



Pesquisas Científicas: (ilustrativas das centenas existentes)



Parenting and Child Development in Adoptive Families: Does Parental Sexual Orientation Matter?:

http://people.virginia.edu/~cjp/articles/ffp10b.pdf



Children of Lesbian and Gay Parents

http://www.rsu.edu/Faculty/RBoughner/courses/Intro/Alternative%20activities/Children%20of%20gays.pdf



Psychosocial Adjustment, School Outcomes, and Romantic Relationships of Adolescents With Same-Sex Parents:

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1467-8624.2004.00823.x/abstract



Adoption of Minor Children by Lesbian and Gay Adults: A Social Science Perspective:

http://heinonline.org/HOL/LandingPage?collection=journals&handle=hein.journals/djglp2&div=15&id=&page=



Victimization, Social Support, and Psychosocial Functioning among Children of Same-sex and Opposite-sex Couples in the United Kingdom

http://dspace.brunel.ac.uk/bitstream/2438/2637/1/Developmental%20Psychology.pdf





Mito 3: Gays São Pedófilos e molestam suas crianças

Opcional: Miriam Rios disse que.....



Como em outro oportunidade já comentei a respeito sobre Pedofilia e homossexulidade: [http://www.facebook.com/note.php?note_id=10150240563948577], repito aqui apenas um dado: de acordo com todas as pesquisas feitas sobre o assunto, o perfil do pedófilo é de um homem heterossexual, casado que abusa da filha, enteada, sobrinha ou neta.



Mito 4: Gays não oferecem estabilidade no lar para as crianças

Subentendido: São imorais e vivem trocando de parceiros.



Nada melhor do que começar sem hipocrisia: atualmente 50% dos casamentos resultam em divórcios. Uma visita a qualquer escola pública ou particular mostrará as mesmas proporções de pais separados e crianças com dois lares.



Certamente, algo que sempre digo, dois errados não fazem um certo, assim não justificarei a hipocrisia do enunciado dizendo que os gays também tem direito de se divorciar se for o caso, mas apontar para o fato de que qualquer casal que deseje adotar uma criança, passa por uma série de avaliações psico-sociais que levam em consideração a estabilidade do lar em que a criança possivelmente virá a morar. Não nos esqueçamos também que o direito à adoção é irrestrito a condição civil: solteiros, casados, divorciados, viúvos e etc. podem pleitear adoção de crianças.



Mito 5: A criança chega à escola, perguntam quem é o pai e a mãe, a criança ficará confusa/não saberá responder/será motivo de chacota dos coleguinhas.

Subentendido: Nós já ensinamos aos nossos filhos desde pequenos que homossexualidade é errada e motivo para chacota e ódio





A criança chega à escola e diz que só possui a mãe e desconhece quem é o pai; chega à escola e diz que mora com os avós; chega à escola e diz que mora com o pai e a nova esposa dele. Já expressei em outro momento [http://www.facebook.com/note.php?note_id=10150249488998577] a questão sobre as configurações modernas da entidade familiar e dá mesma forma que outras formas sem ser pai-mãe são aceitas, pai-pai ou mãe-mãe também devem ser.



Na verdade o que se quer com este argumento é assegurar o direito ao ódio e ao bullying por parte de certos setores que preferem educar os filhos dizendo que determinada conduta é errada ao invés de ensinar-lhe a tolerância e o respeito.



Aliás, falando em bullying, a orientação sexual dos pais ou da própria criança/adolescente são apenas dois entre os diversos motivos que levam indivíduos a mal tratar colegas como sobrepeso, timbre de voz, capacidades intelectuais, uso de adereços exóticos, etc etc etc., todas as crianças estão, por algum motivo, sujeitas ao bullying o que de qualquer maneira não deveria ser tolerado pela a escola ou pela família.



Assim, se a criança sofre discriminação por possuir pais do mesmo sexo, o erro partiu da má educação dos pais em não ensinar o respeito e passará a ser da escola se esta não intervier e tornar o ambiente saudável para todos os alunos, de modo que possam conviver harmonicamente.



Mito 6: É melhor não ter pai algum do que ter Pais homossexuais

Opcional: [Insira texto religioso] Diz que Homossexualidade é errada e Imoral.

Subentendido: Meu ódio irracional por esta conduta me faz acreditar que é preferível manter crianças num orfanato longe do amor e afeto que duas pessoas podem dar a ela.



Infelizmente, chegamos neste triste argumento, que é proferido com maior freqüência do que muitos podem acreditar. Desconstruídas todas as afirmações sem base empírica, na verdade sem qualquer base, caímos nesse tipo de afirmação e me pergunto: O que uma pessoa como essa pode ensinar aos filhos? Ou ainda, está mais apta a tê-los do que duas pessoas que dentro da sua relação não podem gerar crianças?



Pela clara desumanidade e irracionalidade da afirmação, não há necessidade de analisá-la a luz de argumentos sobre ética ou moral, mas cabe uma análise por um documento que vem sido invocado em muitos argumentos contra a união homossexual, a constituição federal, vejamos o que ela nos diz sobre as crianças/adolescentes:



Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão



Colocados como “prioridade absoluta” estão os direitos da criança e do adolescente que de forma alguma são satisfeitos ou alcançados nos abrigos pelo País. Pergunto: então ao invés de dar a guarda para pessoas que possam se ocupar da sua saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização, cultura, dignidade devemos mantê-la num abrigo?

Será que essa também é a opinião das crianças que hoje podem ser adotadas? Será que elas preferem ficar no abrigo a ter dois pais ou duas mães? Ou será esse o mais vergonhoso e hediondo egoísmo/egocentrismo que estamos presenciando? Qual o limite do ódio e da irracionalidade? Talvez, não tenha limites.



Termino esse texto, trazendo algumas informações que julgo interessantes sobre a adoção no Brasil e coloco sob reflexão o fato: Será que os casais heterossexuais estão assim, tão mais aptos?



Algumas informações de acordo com Legislação Atual:



- O adotante deve ser maior de 18 anos.

- Independe do estado civil (se solteiro, casado, ligado por matrimônio ou união estável).

- A diferença mínima entre adotante e adotado deve ser de 16 anos.

- Devido Processo Jurídico com participação do Ministério Público.

- Não há impeditivos na legislação para adoção devido à orientação sexual.



Alguns Dados:



- Existem hoje cerca de 29 mil crianças e adolescentes em abrigos no Brasil das quais cerca de 4 mil estão aptas para adoção no momento.

- Existem hoje cerca de 27 mil famílias interessadas em adotar



Alguns Problemas:



37% dos interessados só aceitam crianças brancas --- 70% das crianças são Negras ou Pardas

83% dos interessados aceitam adotar uma criança --- 71% possuem um ou mais irmãos

- 82% querem crianças com até 1 ano de idade; 10% aceitam crianças a partir dos 4 anos, não chegando a 3% a partir dos 6 anos, A partir dos 8 anos não chega a 1% de interessados.

- 90% das crianças nos abrigos já possuem 5 ou mais anos de idade.



Dados providenciados pelo Conselho Nacional de Justiça.

Escrito por Nelson Bondioli

14 de jul. de 2011

Star Wars e a Filosofia

Postado por Fernando Assis às 00:42 0 comentários

Filosofia Jedi:

- Não existe emoção, existe paz.

- Não existe ignorância, existe conhecimento.

- Não existe paixão, existe serenidade.

- Não existe morte, existe a Força.


Filosofia Sith:

- Paz é uma mentira, só existe paixão.

- Através da paixão, ganho força.

- Através da força, ganho poder.

- Através do poder, atinjo a vitória.

- Através da vitória, as minhas correntes são quebradas.

- Assim, a Força me libertará.

13 de jul. de 2011

Você já olhou ao seu redor hoje?

Postado por Fernando Assis às 00:18 0 comentários
Família: Você já olhou ao seu redor hoje?

Recentemente frente às decisões favoráveis do Judiciário, em especial do STF, em relação aos direitos aos homossexuais, pulula pela internet – e outros locais de convívio social como, por exemplo, Templos – vexatórias discussões a respeito do significado de família.



Os conservadores, de uma forma ou de outra, usam da “tradição” – tomada em suas mentes como aquilo que sempre foi e sempre será – para sustentar sua presunção: A família forma-se pela união do homem e a mulher. A tradição cristã adiciona a esta primeira parte o predicado: e sua prole ou visando à geração de descendentes.



Seria muito simples questionarmos essa afirmação: Em primeiro lugar o modelo de unidade familiar básica “homem-mulher-descendente”, a chamada família nuclear, é uma invenção burguesa recente. A unidade familiar no passado era muito maior do que esta, incluindo aí quase todo o grupo consanguíneo, inclusive aqueles ligados não pelo sangue, mas por laços “jurídicos” tal qual o contraído pelo casamento. Em relação à tradição cristã é ainda mais fácil questionarmos o argumento: Serão os casais estéreis alguma outra coisa que não uma família? E aqueles que decidam não ter filhos nunca por vontade própria? A essas questões, entretanto, dirão: você está apenas sofismando. Pois bem, procurarei então outras maneiras para abordamos o assunto.



Acredito que a maneira mais simples de questionarmos as idéias, ou ainda aprender do que compõe uma “família” seja observar para fora do próprio umbigo e conhecer o outro: o vizinho, as pessoas na rua, amigos, etc. rapidamente reconheceremos uma diversidade incrível de agrupamentos familiares dos quais darei exemplos com base da minha própria observação e vivência:



Tenho um bom amigo que desde muito cedo é criado pela avó, os dois moram juntos há anos – e sim somente os dois – e acredito que continuaram assim por um bom tempo, constituirão eles uma família? Quando era mais jovem, em meu prédio vivia um casal: Homem, mulher e três filhos: um rapaz, uma moça e um bebê. O rapaz era filho da mulher com um ex-marido, a moça filha do homem com uma ex-esposa, e o bebê filho dos dois, vivendo todos sob o mesmo teto, ainda estão dentro do modelo familiar?

Quando cursava a faculdade conheci uma jovem que morava apenas ela com a tia-avó, fico em dúvida: elas formam uma unidade familiar? E os dois primos que moram juntos em uma casa em São Paulo? Atualmente, uma tia minha viúva mora com o irmão divorciado e devem permanecer nesse arranjo por bons anos, eles são uma família, né?

Quando estagiava, lembro bem do meu chefe, este morava na casa dele em São Paulo e a mulher dele morava na casa dela em Tocantins, se viam algumas vezes por mês, pergunta: Isso é uma família? Se não for, não acho que alguém os tenha avisado.



Esses são só alguns exemplos que posso dar, conheço muitos outros e estou certo que não sou uma exceção, a verdade é que todos nós já nos deparamos com esses agrupamentos “não-convencionais”, mas que ninguém parou para pensar: A não eles não estão na base do modelo familiar nuclear. Essa bomba só explode quando dois homens ou duas mulheres, que se amam resolver chamar a si próprios de família: aí pronto, começa a enxurrada de comentários bíblicos-jurídicos.



Se, nas nossas leis, ainda hoje está escrito que a unidade familiar é o homem e a mulher, ou qualquer um dos pais e seus descendentes, é porque ao momento em que foi escrita nossa Constituição e o Código Civil nosso legislador, em seu próprio conservadorismo, pela sua tradição, optou – exatamente este o termo: OPTAR – por não compreender a família em seu termo maior e verdadeiro: não de homem e mulher e sua prole, mas duas ou mais pessoas, ligadas ou não pelo sangue, que dividem suas vidas em todos os sentidos: dos aspectos materias como o sustento do lar, ou dos lares, aos mais efêmeros como os sentimentos de amor e respeito mútuo.



A família mudou, os tempos mudaram, o mundo mudou. É estranho, e talvez clichê dizer, mas questiono por que em pleno século XXI as unidades familiares ainda são compreendias pela pequenez do século XVIII? Ou pior, por textos absolutamente desconexos e contraditórios escritos no século IV em diante?

Realmente para estas questões não tenho resposta.



Algumas coisas, entretanto, permanecem iguais: Preconceito e Ignorância, ainda fazem parte da nossa sociedade. Mas nós podemos mudar isso, colocando entre nossos legisladores homens e mulheres que façam uma opção menos segregadora e mais atenta a realidade, que eles optem pelo progresso ao invés retrocesso, pelo amor ao invés do ódio, acima de tudo que eles façam uma opção pela dignidade do ser humano.


Escrito por Nelson Bondioli
 

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